📅Atualizado em 21/06/2020 – ⏱Tempo de leitura: 2 minutos

Você já ouviu falar em Bronquiectasia?
Brônquios são estas estruturas tubulares na imagem acima, que estão dentro e fora do pulmão, constituindo parte da via respiratória.
Ectasia significa alargamento. O termo “bronquiectasia” se refere ao alargamento irreversível da via respiratória que se dá pela destruição de componentes elásticos e musculares da parede do brônquio, podendo envolver o pulmão de forma difusa, como vemos na figura 1, ou focal, que é mais restrita a uma área do pulmão, como vemos na figura 2.

Prevalência
Sua prevalência vem diminuindo devido ao melhor tratamento das infecções respiratórias.
A prevalência é mais alta nos paises pobres devido às infecções broncopulmonares na infância e alta prevalência de tuberculose.
Causas de bronquiectasia
- Pós infeciosas (viral, bacteriana, por tuberculose) porque gera uma maior produção e inflamação.
- Congênitas, ou seja, o indivíduo possui desde seu nascimento o brônquio dilatado.
- Imunodeficiência, porque o organismo não vai conseguir combater as infecções de maneira adequada, permitindo com que os patógenos continuem nas vias aéreas, gerando bronquiectasia.
- Obstrução brônquica localizada, seja por estenose brônquica ou gânglio intrapulmonar aumentado. Essa obstrução dificulta a eliminação do muco, gerando acúmulo de muco na região. Com isso, gera proliferação bacteriana, inflamação e bronquiectasia.
- Aspiração gástrica ou inalação de substâncias químicas irritantes/tóxicas (cloro, heroína).
- Doenças reumáticas (pode causar a destruição das camadas muscular e elástica da parede do brônquio e com isso reter secreção, gerando a bronquiectasia).
- Associada a doenças pulmonares, como asma e DPOC, por elas aumentarem a produção de muco dentro da via aérea, podendo causar bronquiectasia.
- Idiopática, isto é, sem causa definida.
Patogenia
Esta patologia pode ter inúmeras causas. Em geral, o que faz com que uma pessoa desenvolva bronquiectasia é a dificuldade de eliminação da secreção brônquica (muco). Este muco é composto por proteína, tornando o meio propício para algumas bactérias se proliferarem.
A proliferação bacteriana gera inflamação e nesta são liberadas algumas substâncias proteolíticas, que quebram proteínas e destroem a camada muscular do brônquio, além de substâncias elastolíticas, que quebram fibras elásticas, destruindo o componente elástico do brônquio. Com essa destruição, o brônquio perde seu formato, seus cílios que ajudam na eliminação do muco, e sua elasticidade, constituindo a bronquiectasia.
A bronquiectasia em si, pela perda dos cílios e a dilatação, dificulta ainda mais a depuração da secreção brônquica, gerando um dano pulmonar progressivo (ciclo vicioso).

Sinais e Sintomas
- Tosse produtiva crônica (mecanismo do corpo tentar eliminar o muco)
- Sangramento nasal (devido ao rompimento de vasos)
- Falta de ar (pelo acúmulo de secreção na via aérea)
- Infecção recorrente (a diminuição dos cílios e a secreção proteica tornaram o meio mais favorável a alguns patógenos)
- “Toilette” matinal
“Toilette” matinal é um termo utilizado para caracterizar um indivíduo com bronquiectasia. Mas o que seria? A pessoa com esta patologia tem dificuldades de expelir as secreções brônquicas, deixando-as retidas nas vias aéreas. Quando este indivíduo se deita para dormir, a gravidade não fica mais contra a eliminação, então o muco sobe para as vias respiratórias mais altas. Assim, quando ele acordar, o organismo tentará expelir o muco que agora está mais depurável e isso fará com que o paciente vá ao banheiro para limpar a secreção.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pelo exame clínico e exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A broncoscopia também pode ser usada para investigar a presença de um corpo estranho que possa estar obstruindo o brônquio.
Tratamento
O tratamento é feito com mudança de estilo de vida como, por exemplo, parar de fumar porque o fumo diminui a imunidade pulmonar. Também é indicado fisioterapia respiratória, antibióticos, substâncias mucolíticas, que fazem com que o muco fique mais fluido tornando mais fácil sua eliminação.
Em alguns casos, pode ser necessária a abordagem cirúrgica a fim de retirar o segmento pulmonar lesado que proporciona mais infecções.
Referências
H NETTER, Frank. Atlas of human anatomy. Elsevier, 2019.
JAMESON,J. L. et al. Medicina interna de Harrison. 20. ed. Porto Alegre: AMGH, 2020. 2 v.